sexta-feira, 13 de novembro de 2009
domingo, 2 de agosto de 2009
Lígia
Eu nunca sonhei com você
sexta-feira, 17 de julho de 2009
Fadista
Onde nasce minhas canções
Onde nasce minha poesia
Lá nasce eu
Lá é mistério meu, tom meu
Para onde voltar?
Sinto-me parte de um acorde
E este acorde, o sinto diluir
Me faz querer tornar à morada interior
São os mistérios de lá que me fazem eterno
Minha vida escorre nestas letras
Cada palavra escrita
Apaga-se em minha memória
E o que me lê por isso
Me toma e deixo de pertencer-me
Onde me levará o fim desse verso?
O vento da profunda noite
Já sopra em minha janela
O silencio desperta o meu coração
Ouço a Musa dos Fados antigos
Como um discípulo devoto
Sento-me aos seus pés e tomo minha craviola
Ela me ensinará canção e dor.
Hudson Nogueira
Brasília, 13 de julho de 2009
Versos a Francisco
Francisco tornou-se amigo daquele judeu
Por sendas desconhecidas e temidas o seguiu
Desde então a alegria dos amantes está em seu canto
Seus pés correm como os da sulamita dos Cantares:
.
Que amor será como o teu Francisco
O que consome esse fogo aí dentro
Das sandálias, te desfaz
.
O amor vestido num burel e corda dura
Que implacável te fere o lado
Adornado em asas de serafins
Deixa o mundo em ânsia
Do mesmo amor ser ferido
.
Enquanto o amor não vem
Fica-se a desfalecer
Como a mulher nas dores de um parto
.
Oh Francisco quisera suspirar
O incenso do teu amor amado
Que o fogo de dentro faz subir
E impregna cada pedra de tuas paredes
Mas se não posso, pisa com teus pés nus
As estradas dos peregrinos
Brinca conosco a ciranda
.
.
HNS